quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desfalque de 50 mil euros na Assembleia Distrital de Beja

Um técnico financeiro da Assembleia Distrital de Beja confessou o desvio de dinheiro da tesouraria da instituição. O funcionário está suspenso, foi aberto um processo disciplinar e o caso foi enviado para o Ministério Público.Funcionário financeiro desvia dinheiro dos cofres da assembleia Distrital de Beja. O caso teve início há cinco anos e foi descoberto no início do corrente mês.
O caso foi despoletado no dia 2 de Julho quando o técnico financeiro foi confrontado com as divergências dos saldos existentes em depósito na Caixa Geral de Depósitos e os valores escrutinados nos resumos diários da tesouraria e também com as operações relativas aos meses de Março a Maio de 2010, em que as mesmas “não foram liquidadas às respectivas entidades”. Três dias depois, o funcionário “não conseguiu explicações para os factos” e confessou que “por problemas financeiros do seu foro pessoal”, tinha “retirado” os cheques das referidas operações. Num documento a que a Voz da Planície teve acesso, onde constam a assinatura de três pessoas, uma delas do funcionário visado, este confessa ter-se “aproveitado indevidamente de receitas da Assembleia, regularmente entregues em dinheiro”, nomeadamente de verbas resultantes das entradas no Museu Rainha D.Leonor e de artigos promocionais vendidos. Na confissão, o funcionário não conseguiu precisar a data em que começou a cometer as ilegalidades, mas, “deverá remontar ao ano de dois mil e cinco”, tendo no documento assinado, assumido a “total e exclusiva responsabilidade pelos actos praticados”.
Segundo apurou a Voz da Planície, depois de analisados os diversos documentos financeiros, foi detectado, numa primeira análise, que a verba em falta nos cofres da Assembleia Distrital de Beja, é de 50 mil euros. Segundo apurou a nossa estação, após a assinatura do documento de confissão da ilegalidade, foi o mesmo remetido ao presidente da instituição, António Sebastião, também presidente da Câmara de Almodôvar. Acto contínuo foi levantado um processo disciplinar ao funcionário, o mesmo foi suspenso de funções e feita participação ao Ministério Público de Beja, que se encarregará das averiguações necessárias para apurar a verdade de todos os factos. Recorde-se que na passada segunda-feira a Voz da Planície revelou que os cerca de 30 trabalhadores da Assembleia Distrital de Beja tinham o subsídio de férias em atraso, em consequência da “situação financeira complicada que atravessa”, tendo António Sebastião assegurado que “as obras no edifício sede, sem comparticipações” e os atrasos nos pagamentos por parte das Câmaras Municipais que “ascendem a 200 mil euros”, seriam as causas justificativas da situação. Não ligando a falta de pagamento dos subsídios de férias, ao acto praticado pelo funcionário, uma fonte da instituição justificou que “pode ter acelerado a descoberta da ilegalidade”, concluiu. Confrontado com a situação, o presidente da assembleia Distrital de Beja, António Sebastião, afirmou “não prestar declarações”, uma vez que o caso foi remetido para a “alçada” do Ministério Público a fim de se “conhecer com rigor” o que se passou e que verbas “estão envolvidas”, rematou. in vozdaplanicie.pt