Conquistadores da Península no século VIII, os árabes construíram os castelos que dão alma à paisagem do Sul
O rio caminha ao nosso lado e só desaparece quando entramos nas ruelas exíguas onde a sombra dança de um lado para o outro ao longo do dia. Os percursos são um tanto ou quanto labirínticos, mas basta inspirar uma golfada de ar para garantir que se chega ao topo.
E vale a pena. A vista privilegiada sobre a cidade faz-nos pensar como seria o Al-Andalus (Península Ibérica) sob o domínio muçulmano, depois de derrotados os Visigodos em 711.
Al-Qasr, hoje Alcácer do Sal, continua a dever o nome ao castelo construído em 1191. Alcácer, em árabe, significa "palácio" ou "fortificação". A Pousada D. Afonso II foi edificada sobre as ruínas do castelo de Alcácer, mas apesar de ter sido impossível aproveitar grande parte da estrutura, existe um núcleo museológico subterrâneo, onde se destacam a casa islâmica e o poço, em bom estado de conservação.
Ao deixar o rio Sado para trás, acentua-se a descida até As-Shilb (Silves), a 173 km dali. Antes de chegar à praia, é obrigatório visitar o castelo de Silves, o maior da região algarvia. A sua alcáçova (o local onde viviam as autoridades civis e eclesiásticas) dependia da protecção das muralhas e do controlo sobre o rio Arade, que serve de moldura à paisagem.
Em Aljezur, a 56 km, torna-se difícil imaginar um porto na ténue ribeira aos pés do castelo, mas ele existiu. Mais perto do mar, a descoberta do ribât da Arrifana, em 2001, veio dar corpo à convicção da existência de uma escola de ensino do Islão na área, fundada em 1130. Nas imediações há vestígios de seis mesquitas.
Cristãos e muçulmanos não estiveram sempre em guerra durante os 800 anos de permanência árabe na Península. Na verdade, a durabilidade da presença islâmica deve-se aos princípios de tolerância que defendiam. Por exemplo, não exigiam a conversão religiosa.
Al-Qasr, hoje Alcácer do Sal, continua a dever o nome ao castelo construído em 1191. Alcácer, em árabe, significa "palácio" ou "fortificação". A Pousada D. Afonso II foi edificada sobre as ruínas do castelo de Alcácer, mas apesar de ter sido impossível aproveitar grande parte da estrutura, existe um núcleo museológico subterrâneo, onde se destacam a casa islâmica e o poço, em bom estado de conservação.
Ao deixar o rio Sado para trás, acentua-se a descida até As-Shilb (Silves), a 173 km dali. Antes de chegar à praia, é obrigatório visitar o castelo de Silves, o maior da região algarvia. A sua alcáçova (o local onde viviam as autoridades civis e eclesiásticas) dependia da protecção das muralhas e do controlo sobre o rio Arade, que serve de moldura à paisagem.
Em Aljezur, a 56 km, torna-se difícil imaginar um porto na ténue ribeira aos pés do castelo, mas ele existiu. Mais perto do mar, a descoberta do ribât da Arrifana, em 2001, veio dar corpo à convicção da existência de uma escola de ensino do Islão na área, fundada em 1130. Nas imediações há vestígios de seis mesquitas.
Cristãos e muçulmanos não estiveram sempre em guerra durante os 800 anos de permanência árabe na Península. Na verdade, a durabilidade da presença islâmica deve-se aos princípios de tolerância que defendiam. Por exemplo, não exigiam a conversão religiosa.
De mesquita a igreja
Um dos motivos que faz de Mértola um destino imprescindível para conhecer melhor a cultura islâmica é, precisamente, a Antiga Mesquita, construída de raiz em finais do século XII. Na fachada, o símbolo da Ordem de Santiago é o primeiro sinal da sua cristianização, mas as portas em arco de ferradura denunciam a origem da construção, assim como o mirhab, o nicho de oração muçulmano. Com novo fôlego chegamos ao cume da colina, onde a alcáçova do castelo se manteve bem conservada - tanto quanto possível quando falamos de construções com dez séculos. Durante a Idade Média foi utilizada como cemitério, o que impediu que fosse destruída. É fácil identificar os pátios centrais das casas islâmicas, locais de passagem a céu aberto, muitas vezes com canteiros repletos de especiarias. A soleira das portas mostra como eram estrategicamente desencontradas para evitar olhares indiscretos. A única construção que preservou as paredes foi o criptopórtico, ideal para fugir ao calor de Mértola. A câmara subterrânea, com 30 metros de comprimento e seis de altura, funcionava como cisterna das águas do Guadiana. Vindos do deserto, os árabes dominavam as técnicas de captação e distribuição de água. Uma aprendizagem que deixaram na Península Ibérica, mas a sua influência estende-se à própria língua portuguesa. Existem mais de 600 palavras com origem árabe, muitas delas começadas pelo prefixo "al", que é o artigo definido, como Algarve (al Gharb) e "almofada" (al mohada). Uma herança viva que encurta a distância do passado.
>> Onde dormir
Quinta do Lago Silencioso, Aljezur
O nome serve de inspiração ao ambiente tranquilo da herdade. O lago não é uma miragem, mas o símbolo de um projecto ecológico que garante a autonomia energética da quinta. Duplo, desde €80. Tel. 282 998 507.
Monte dos Nascedios, Mértola
Na margem esquerda do Guadiana, as casas caiadas, com frisos azuis, marcam o horizonte. Duplo, desde €50. Tel. 286 647 901. in visão.pt
Quinta do Lago Silencioso, Aljezur
O nome serve de inspiração ao ambiente tranquilo da herdade. O lago não é uma miragem, mas o símbolo de um projecto ecológico que garante a autonomia energética da quinta. Duplo, desde €80. Tel. 282 998 507.
Monte dos Nascedios, Mértola
Na margem esquerda do Guadiana, as casas caiadas, com frisos azuis, marcam o horizonte. Duplo, desde €50. Tel. 286 647 901. in visão.pt
Atenção com os textos que escreve, existem os direitos de autor seu plagista, que falta de originalidade....
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