Um terço dos materiais a dragar do Guadiana pode estar contaminado
O projeto de navegabilidade do rio Guadiana voltou a sair do papel. Depois de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), datado de 2005, ter conhecido aval negativo por parte do Ministério do Ambiente, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) voltou a apresentar nova proposta, desta vez apenas entre o Pomarão (Alentejo) e a Ponte Internacional do Guadiana (Castro Marim).
A versão agora apresentada põe de parte a navegação de embarcações de grande porte até Mértola, uma solução com custos ambientais e ecológicos elevados e que chegava a prever a construção de uma eclusa.
Elaborado pela empresa Nemus, o EIA colocado em consulta pública até ao dia 7 de Junho tem como objetivo «adequar e sinalizar o canal navegável do Guadiana, ao longo de 44 quilómetros, à navegação de embarcações com calado até 2,5 metros e comprimento máximo de 102 metros, independentemente do nível de maré».
A extensão dos trabalhos incide sobre os territórios dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Mértola, acrescendo, do lado espanhol, os necessários pareceres dos municípios de San Silvestre de Guzmán, Sanlúcar de Guadiana, El Granado e Ayamonte.
Grande vai igualmente ser a quantidade de materiais dragados durante a operação. Embora o estudo prévio de navegabilidade procure aproveitar ao máximo a profundidade natural do rio, desviando o traçado dos locais com fundos rochosos, o volume de materiais a extrair rondará os 180 mil metros cúbicos.
A maior parte (cerca de 107 mil metros cúbicos) será retirada do trajeto entre a ponte do Guadiana e Alcoutim. Os restantes 71 mil metros cúbicos serão extraídos do troço entre Alcoutim e o Pomarão.
Destes volumes, cerca de 133 mil metros cúbicos de materiais terão como destino o mar ou o reforço da costa junto à foz. Os restantes 45 mil são, contudo, objeto de preocupação, já que, segundo o EIA, poderão estar contaminados com arsénio.
Como solução, o EIA aponta o seu depósito em aterro, sendo ainda equacionada a sua utilização na indústria de construção civil ou na recuperação de pedreiras.
No entanto, «e face à mobilidade do elemento arsénio», o estudo recomenda a «confirmação dos resultados numa nova campanha a realizar imediatamente antes das dragagens».
Caso se confirme a contaminação, é sugerido o isolamento das áreas a dragar, de forma a impedir a dispersão daquele metal nas águas.
Durante a fase de obra, está previsto que a circulação de dragas e batelões se faça apenas pelo rio, evitando-se a abertura de novos acessos nas margens, fortemente condicionadas por estatutos de proteção ambiental como o Parque Natural do Guadiana ou a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim. in barlavento.online.pt
O projeto de navegabilidade do rio Guadiana voltou a sair do papel. Depois de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), datado de 2005, ter conhecido aval negativo por parte do Ministério do Ambiente, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) voltou a apresentar nova proposta, desta vez apenas entre o Pomarão (Alentejo) e a Ponte Internacional do Guadiana (Castro Marim).
A versão agora apresentada põe de parte a navegação de embarcações de grande porte até Mértola, uma solução com custos ambientais e ecológicos elevados e que chegava a prever a construção de uma eclusa.
Elaborado pela empresa Nemus, o EIA colocado em consulta pública até ao dia 7 de Junho tem como objetivo «adequar e sinalizar o canal navegável do Guadiana, ao longo de 44 quilómetros, à navegação de embarcações com calado até 2,5 metros e comprimento máximo de 102 metros, independentemente do nível de maré».
A extensão dos trabalhos incide sobre os territórios dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Mértola, acrescendo, do lado espanhol, os necessários pareceres dos municípios de San Silvestre de Guzmán, Sanlúcar de Guadiana, El Granado e Ayamonte.
Grande vai igualmente ser a quantidade de materiais dragados durante a operação. Embora o estudo prévio de navegabilidade procure aproveitar ao máximo a profundidade natural do rio, desviando o traçado dos locais com fundos rochosos, o volume de materiais a extrair rondará os 180 mil metros cúbicos.
A maior parte (cerca de 107 mil metros cúbicos) será retirada do trajeto entre a ponte do Guadiana e Alcoutim. Os restantes 71 mil metros cúbicos serão extraídos do troço entre Alcoutim e o Pomarão.
Destes volumes, cerca de 133 mil metros cúbicos de materiais terão como destino o mar ou o reforço da costa junto à foz. Os restantes 45 mil são, contudo, objeto de preocupação, já que, segundo o EIA, poderão estar contaminados com arsénio.
Como solução, o EIA aponta o seu depósito em aterro, sendo ainda equacionada a sua utilização na indústria de construção civil ou na recuperação de pedreiras.
No entanto, «e face à mobilidade do elemento arsénio», o estudo recomenda a «confirmação dos resultados numa nova campanha a realizar imediatamente antes das dragagens».
Caso se confirme a contaminação, é sugerido o isolamento das áreas a dragar, de forma a impedir a dispersão daquele metal nas águas.
Durante a fase de obra, está previsto que a circulação de dragas e batelões se faça apenas pelo rio, evitando-se a abertura de novos acessos nas margens, fortemente condicionadas por estatutos de proteção ambiental como o Parque Natural do Guadiana ou a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim. in barlavento.online.pt
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